Os aneurismas da aorta toracoabdominal são relativamente raros em comparação com os aneurismas abdominais infrarrenais, representando cerca de 5-10% dos aneurismas aórticos. Eles são mais comuns em homens acima dos 60 anos e frequentemente associados a doenças degenerativas da camada média da aorta.
Cerca de 15% dos casos têm associação com doenças do tecido conjuntivo, principalmente Síndrome de Marfan e Síndrome de Ehlers-Danlos. Outras condições incluem arterites inflamatórias, como arterite de Takayasu, e causas infecciosas, como aneurismas micóticos secundários à tuberculose ou endocardite bacteriana.
A dissecção da aorta pode evoluir para aneurisma ao longo do tempo, levando à dilatação progressiva e potencial ruptura. Os aneurismas também podem ter origem traumática, associada a acidentes de alta energia.
Os aneurismas toracoabdominais podem ser assintomáticos até atingirem grandes dimensões ou causarem complicações, como compressão de estruturas adjacentes ou dissecção. Quando sintomáticos, podem causar dor torácica ou abdominal, desconforto lombar, rouquidão (compressão do nervo laríngeo recorrente) e sintomas de insuficiência arterial.
Os aneurismas abdominais podem ser palpáveis, especialmente em pacientes magros. O sinal de DeBakey (impossibilidade de posicionar a mão entre o aneurisma e o processo xifoide) pode sugerir aneurisma abdominal, mas sua ausência não exclui o diagnóstico.
A classificação de Crawford, modificada por Safi, é amplamente utilizada para descrever aneurismas toracoabdominais com base na extensão do envolvimento da aorta:
Os principais fatores preditivos para ruptura incluem:
Cirurgia Aberta
A cirurgia convencional envolve a substituição da aorta doente por uma prótese sintética, sendo indicada em pacientes com bom estado geral e anatomia favorável. As principais técnicas incluem:
Drenagem Liquórica
Para reduzir o risco de paraplegia, diretrizes recomendam drenagem liquórica em aneurismas toracoabdominais tipo I e II. A drenagem é mantida por 24-48 horas, com pressão-alvo de 8-10 cmH₂O.
Tratamento Endovascular
O tratamento endovascular tem ganhado espaço devido à menor morbidade. As principais técnicas incluem:
Os melhores resultados são alcançados com endopróteses fenestradas ou ramificadas, atualmente o padrão para tratamento de aneurismas complexos.