Nosso objetivo é definir como nós devemos medir o complexo médio intimal, no entanto vamos passar por alguns pontos importantes da anatomia. Para isso nós vamos começar das estruturas mais superficiais para as mais profundas.
Primeiramente nós temos a presença da epiderme. Na sequência a presença da hipoderme ou tecido celular subcutâneo. Em seguida a presença da fáscia muscular envolvendo o músculo esternocleidomastoideo. E enfim a presença da carótida. Mais profundamente nos observamos estruturas musculares principalmente o músculo longo do pescoço. E como estrutura mais profunda presença dos ossos da coluna vertebral.
Neste exemplo nós temos a relação do corte histológico com as imagens da ultrassonografia. Nós sabemos que as artérias apresentam paredes bem definidas, E que, portanto, podem ser divididas em 3 camadas. elas são a íntima a média e adventícia. A íntima é a camada mais próxima da luz enquanto a adventícia é a camada mais externa. Esse interpondo entre elas a presença da camada média.
Nós devemos buscar o sinal da dupla linha de interface. A primeira linha de interface é a linha hiperecogênica entre o lúmen e a camada íntima. A segunda linha de interface é a linha hiperecogênica entre a camada média e a adventícia.
Tanto medidas automáticas quanto manuais podem ser realizadas. Sendo que as medidas manuais apresentam maior tendência para erros de aferição do que as medidas automáticas. Portanto, em se tratando de medidas manuais, nós devemos realizar 3 a 5 aferições do complexo médio intimal em cada uma das carótidas comuns. E devemos obter a mediana das medidas de cada um dos lados.
Em 2012 foi publicado o consenso de Mannheim. E um dos objetivos deste estudo foi diferenciar o espessamento do CMI da placa aterosclerótica. Nós podemos identificar placa aterosclerótica de 3 formas diferentes.
A primeira delas é quando há lesão focal se projeta por 0,5 mm à partir da interface luz/endotélio.
A segunda forma é quando a medida da lesão é maior que 50 % do valor do complexo médio intimal adjacente.
E a terceira é quando a espessura do complexo médio intimal é maior que 1,5mm.
Tecnicamente é possível medir o complexo médio intimal na carótida comum, bulbo, interna e externa. no entanto, nós sabemos que os locais de maior acometimento pela aterosclerose são o terço distal da carótida comum e o terço proximal da carótida interna, lugares que naturalmente abrigam o bulbo carotídeo. E historicamente os estudos que avaliaram a espessura do CMI fizeram controle seriado de medidas nestes locais.